CHATICE
Chico Buarque, entre palmas, gritinhos, chorinhos da platéia na Festa Internacional de Literatura de Paraty, ontem à noite, declarou que é uma chatice escrever e que consultou o google para saber alguma coisa da obra do seu colega de painel: Milton Hatoum.
Para a crítica literária argentina Beatriz Sarlo, "Budapeste" é a publicação mais importante dos últimos anos na literatura latino-americana. Penso que é um bom livro, apenas.
Se para um escritor é uma chatice escrever, deve ser uma chatice lê-lo. Aliás, ainda não li "Leite Derramado" e já achei uma chatice. Aproveitei para aproximar "Orfãos do Eldorado", de Hatoum, na pilha de espera dos livros da mesa de cabeceira.
3 comentários:
Professor, o Chico falou que era uma chatice escrever, mas dentro de um contexto. Tinha falado que era uma chatice escrever, pois isso o exigia bastante. Ele por exemplo, durante o processo de escrita, não lê livros, não compõe, nem ouve música. Claro, sendo ele, Chico, musico e leitor, além de escritor, deve ser realmente desgastante seu processo de escrita de um livro.
A mesa do Chico foi considerada por alguns a mais disputada. Discordo. Havia algumas outras mesas tão disputadas quanto: Talese, Richard Dawkins. No entanto, é inegável ponderar que as reações suscitadas por uma mesa com um Chico Buarque diferem de qualquer outra mesa com qualquer outro escritor. Exemplos como um homem que se pendurou na estrutura da "Tenda do Telão" para "ver melhor a discussão", (para o desespero dos seguranças do evento, diga-se de passagem), só acontece quando tem Chico. Suspiros, só acontecem quando tem Chico.
Chico era o show. Milton Hatoum, muito menos incensado, foi exemplar em suas colocações simples e honestas.
Também destaco a mediação de Samuel Titan Jr, professor da USP em Literatura Comparada. Uma benção quando comparada à mediação de duas horas antes na mesa de Cristovao Tezza e Mario Bellatin. Esta ultima,com direito a perolas como "Certamente Cristovão Tezza não cometerá esse equivoco novamente" (sobre o fato de um dos primeiros livros de Tezza serem de contos) e citação de fonte Wikipedia no que dizia respeito à apresentação do escritor Bellatin ao público, além de perguntas prolixas e vaidosas durante toda a mediação.
Falando em vaidoso, após o termino da discussão, Chico não quis que tirassem fotos suas e pouco deu autógrafos, mesmo com a aglomeração gigantesca de fãs na “Tenda dos Autógrafos”- onde os autores se dirigiam após as palestras para, justamente, autografar certo numero de livros para seus leitores.
Paulo,
O Chico é tremendamente chato.
O Juremir, outro chato de carterinha, faz ótimos comentários sobre Chico e a imprensa cultural brasileira numa entrevista que deu para a última Aplauso. O link é
http://www.aplauso.com.br/site/portal/detalhe_descricao.asp?campo=1163&secao_id=67
A entrevista toda vale muito. Já os livros de Chico eu nunca li, apesar de pessoas de confiança me falaram bem especialmente do Budapeste. Mas confesso que gosto da música.
abraço!
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/
Já que o assunto é chico buarque, aqui vai a mais recente "intervenção " de Diogo Mainardi...
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